31 de maio de 2011

Carta aberta da ENESSO a tod@s os/as estudantes de Serviço Social do Brasil


No último dia 12 de maio de 2011, as entidades representativas do Serviço Social lançaram a campanha nacional e defesa do trabalho e da formação com qualidade com o slogan “Educação não é fast food: diga não a graduação à distância em Serviço Social”.  Essa campanha tem o objetivo de denunciar e se contrapor a essa modalidade de ensino que precariza, mercantiliza e descaracteriza a educação superior brasileira, transformando o direito a educação em serviço, e um serviço desqualificado.
Sendo assim, a ENESSO vem publicizar seu posicionamento, juntamente com as entidades da categoria a favor da campanha e em defesa de uma formação com qualidade.
Após as reformas do governo no âmbito da educação, são muitas as incoerências e as incongruências na oferta, ampliação e uma falsa democratização do ensino, uma vez que, o discurso que é propagado remete a uma estratégia do governo de fazer com que esse acesso aconteça, no entanto, não considerando a forma como isso se processa e o discurso da ampliação do acesso ao ensino superior.
Em decorrência desse método de ampliação sem qualidade e sem responsabilidade, temos um cenário que coloca na ordem do dia uma construção ideológica em torno do sonho do diploma de concluinte do ensino superior, do sonho de assistente social que os barões da educação – aqueles que fazem questão de mercantilizar esse direito – insistem em usar como propaganda para ludribiar e enganar diversos sujeitos que constantemente são vitimizados pela lógica desse sistema.
Dessa forma criam-se as chamadas “oportunidades”, segundo o pensamento burguês mercadológico, usando os artifícios mais sujos e desrespeitosos possíveis para impor um interesse particular de um grupo que não se preocupa nem de longe com a formação de qualidade e sim com o lucro, quais sejam os artifícios, o desrespeito regional, a oferta de um serviço precário, os vínculos empregatícios dos docentes a partir de contratos fragilizados e, sobretudo, o descaso para com a subjetividade de tantos sujeitos que entram nesse jogo desrespeitoso.
Essa campanha é provocativa, direta e tem o objetivo de mostrar que competência para legislar e discutir o que serve ou não, o que é certo ou não, o que responde as demandas ou não, enfim, pra debater matéria de Serviço Social no Brasil cabe ao conjunto CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO.
Logo, nossa intenção com a campanha é dialogar com a sociedade, com a categoria, com os estudantes EAD e presencial sobre essa realidade, não agindo com preconceito ou, indivíduos, mas enfrentando politicamente essa lógica mercantil com vistas a unirmos força contra essa modalidade de ensino que não contempla a formação em Serviço Social segundo as nossas diretrizes curriculares e o nosso Projeto Ético Político.
“Educação não é fast food: diga não a graduação à distância em Serviço Social”
Por uma educação pública, laica, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada e presencial para todos!
ENESSO Vermelha (2010-2011)

21 de maio de 2011

Campanha: Educação Não é Fast Food

Já imaginou trocar suas refeições por um lanche rápido durante quatro anos? É exatamente isso que ocorre com quem escolhe o ensino de graduação à distância em Serviço Social.
A campanha Educação não é fast-food pretende mostrar essa realidade, comparando as aparentes facilidades do ensino à distância com um lanche rápido, mas pouco nutritivo. A agilidade desses cursos só pode ser garantida porque a graduação é realizada em condições precárias, como mostram os lanches usados na campanha. Com isso, professores e tutores não têm como assegurar as diretrizes curriculares do ensino, nem uma formação de qualidade.
Desde 2000, as entidades representativas dos assistentes sociais têm se reunido para debater as mudanças no ensino superior que levam à precarização da formação. É nesse sentido que o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO) vêm a público defender a democratização do ensino, com garantia de qualidade na formação de profissionais capacitados para intervir na realidade brasileira, defendendo direitos e executando políticas para combater as desigualdades.
Desde o ano 2000, essas entidades vêm mantendo uma posição crítica à mercantilização do ensino, que faz com que a educação não seja assegurada como um direito, mas como um produto comercializado no mercado.
Por isso, as posições assumidas não são individuais, mas resultado de um processo coletivo, fóruns de debate, documentos e manifestações, além de teses e publicações que expressam significativo acúmulo sobre o assunto. Assim, não são posicionamentos e atitudes políticas e institucionais fundadas no desconhecimento, na discriminação e no preconceito, e menos ainda são dirigidas aos estudantes e trabalhadores do Ensino à Distância. Na verdade, a campanha marca nossa discordância com a política brasileira de ensino superior e com a expansão que não garante o acesso democrático ao ensino, tampouco assegura sua qualidade.
O Conjunto CFESS-CRESS, a ABEPSS e a ENESSO acreditam que os dados apresentados pelos Conselhos Regionais (CRESS) na pesquisa que dá origem a esta campanha trazem elementos suficientes para sustentar a incompatibilidade do ensino à distância com a formação em Serviço Social. Situação que não permite outra atitude senão o posicionamento contrário a essa modalidade de graduação.
Ensino não é fast-food. Diga não à graduação à distância em Serviço Social.
Realização: ABEPSS - CFESS - CRESS - ENESSO

20 de maio de 2011

Um pouco de história do MESS

 No Brasil desde o período colonial, podemos observar a participação dos estudantes na política do país, mesmo não possuindo um caráter organizado que só aconteceria no século XX, especificamente em 1937 com a criação da União Nacional de Estudantes (UNE). A primeira manifestação estudantil no Brasil é datada de 1710 com a expulsão dos franceses no Rio de Janeiro. A conjuntura política do Brasil Império contribuiu com o avanço político dos estudantes com a vinda da família Real, tornando o Brasil o centro das decisões políticas. O governo imperial toma várias providências, entre elas a criação de Universidades que formariam a geração política do Império e da Primeiro República.            Foi com a criação da UNE em 1937 que o Movimento Estudantil Brasileiro atingiu a maturidade deixando de tratar problemas específicos e regionais, atuando de forma mais ampla, fortalecendo-se e unificando suas lutas a nível nacional em busca da democracia. No decorrer dos anos a UNE vai traçando uma história de luta e manifestações, porém esta trajetória é interrompida com o Golpe de 1964, começa neste período uma repressão violentíssima a tudo e a todos que questionassem a ordem vigente. Então com a justificativa da “manutenção da ordem” os militares fecham a UNE, porém antes mesmo disso ela já havia sido incendiada, é instituído o AI-5, o movimento estudantil entra na clandestinidade, muitos são torturados, exilados e até mesmo assassinados, tudo em nome da “Ordem e Progresso”.                Com o passar dos anos a ditadura instaurada começa a perecer, as pressões são muitas para que haja uma abertura política e que voltemos a ser uma democracia(...). Em meio a este processo no ano de 1979 é reconstruída a UNE, observam-se grandes greves, os funcionários públicos, metalúrgicos, a luta pela posse da terra(...).                É neste contexto que será realizado o I Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social – ENESS, na cidade de Londrina-PR no ano de 1978, promovido pelo Centro Acadêmico (C.A.) da Universidade Estadual de Londrina – UEL. É a partir deste encontro que se inaugura à possibilidade de unificar-se as lutas, de debater a profissão, a universidade etc. O referido evento contou com a participação de 24 escolas e teve como tema: “O Serviço Social e a Realidade Brasileira”, foi também a partir deste evento que se verificou a eminência de discutir a formação profissional, mais diretamente a reformulação do currículo do curso de Serviço Social. “Nasce a comissão nacional para discussão e encaminhamentos do currículo e para organização do II ENESS. Em uma reunião realizada na UFRJ em maio de 1979, a comissão discutiu e definiu uma forma de organização mais consistente para o movimento.(...) O Brasil foi dividido em sete regiões, cada uma deveria realizar (...) o ERESS. Após o ERESS haveria uma reunião da comissão onde se chegaria a um consenso sobre o que foi estabelecido nas reuniões regionais e se definiria as linhas para o próximo ENESS. Essa reunião, no ano seguinte, foi denominada de CONESS ”                Ocorre o II ENESS em 1979, na cidade de Salvador-BA promovido pelo Diretório Acadêmico (D.A.) da UCSAL, neste mesmo ano o governo Figueiredo dá continuidade ao processo de abertura política, é revogado o AI-5..., em meio a este cenário o MESS aprofunda suas discussões, e sua organização. São criadas novas instâncias deliberativas: CONESS e a Secretaria Executiva Nacional formada pela escola sede do ENESS e por uma escola representante de cada região, denominada de escola-pólo.                “Em 1980, na efervescência da rearticulação da sociedade civil, os estudantes de Serviço Social realizam o III ENESS na Universidade Católica de Minas Gerais promovido pelo C.A. de S.S. cujo tema era: ”Serviço Social Formação Profissional e Intervenção na Realidade”. A nível do currículo chegou-se a uma proposta única cabendo reunir-se com a ABESS e levar as reivindicações estudantis. Nesse momento já existia no interior da ABESS uma pressão estudantil pela ampliação de sua representatividade. Inicia-se. Portanto, a partir dessa década uma luta dos estudantes de Serviço Social para participar junto às entidades da categoria”.                  No ano de 1981, começa-se a discutir a criação da Subsecretaria de Serviço Social na UNE – SESSUNE, neste mesmo ano o CONESS é realizado na PUC-SP e o IV ENESS na Universidade Federal de Pernambuco, com o tema: “Reconceituação do Serviço Social na Realidade Brasileira”, ocorreu também a Convenção da ABESS, realizada em Setembro, esta convenção corresponde a um marco, pois neste evento houveram mudanças na estrutura da ABESS, que contará a partir de então com um vice presidente (professor) e um estudante por região.                 O V ENESS - 1982 acontece na cidade de Vitória-ES e teve como tema: “Política Social e Intervenção do Serviço Social – Correlação teoria x prática”, ainda as discussões se centravam a respeito do currículo e a organização do movimento.                  Belo Horizonte - MG é a sede do VI ENESS – 1983, com o tema: “Movimento Político Atual e a Formação Profissional”, este é um ano de profunda crise econômica, e como reflexo é o ano quando começamos a aprofundar a discussão acerca da formação profissional voltada aos interesses populares.                  No ano seguinte o VII ENESS em Porto Alegre-RS, que teve como tema: “Relações de Poder do Serviço Social na Sociedade Capitalista”. Faz-se necessário destacar 83 é um ano de grandes manifestações a exemplo disto temos a “Campanha das Diretas Já”, o país vive um crescente período de luta pela democratização. Porém a campanha não consegue atingir seu objetivo maior, ocorrem eleições indiretas e no poder colocava-se a aliança PMDB/PFL com Tancredo Neves e Sarney, não passava de uma nova roupagem, pois não houveram o processo democrático ainda estava por vir(...) Então no ano de 85 na cidade de Brasília-DF acontece o VIII ENESS que centralizou suas discussões na “Reforma Universitária e Organização Estudantil”, mais uma vez debateu-se a criação de uma entidade nacional de estudantes de S.S.                 “O IX ENESS traz uma mudança na caráter dos Encontros Nacionais passando de 3 a 5 dias(...)”, este encontro teve como tema: “Novas Propostas Políticas dos Estudantes de Serviço Social Frente a Atual Conjuntura”. “(...)Foram realizados três cursos nesse encontro: “Correntes Teóricas do Serviço Social”, “História das Lutas Camponesas” e “História do Movimento Operário Brasileiro”, é em 1986 que inicia-se o processo de implantação da Assembléia Nacional Constituinte. Em 1987, houve uma impossibilidade de ocorrer o X ENESS, sendo assim, na Convenção da ABESS foi escolhida a UFRJ para sediar o X ENESS com o tema: “Se muito vale o que já feito, mais vale o que será”. 1988 é o ano da nova Constituição, fato este que reflete diretamente no ENESS, foi neste encontro que foi criada e eleita a primeira gestão da SESSUNE que ficou com sede na UFRJ, inicialmente sem estatuto devido, esta gestão teve como principais atividades  a participação na organização do VI CBAS, em 1989, articulação do ME da América Latina.                A SESSUNE e o CALSS-UFPA organizaram o e realizaram em 1989 na cidade de Belém-PA, o XI ENESS com o tema: “Nimue Noasu” que corresponde a “Aquele que Constrói seu Próprio Caminho”, este foi um encontro onde prevaleceu a discussão acerca das estratégias e táticas para o cotidiano do MESS. Foi aprovado o estatuto e foi eleita a segunda gestão da SESSUNE. Neste ano o país passava por eleições presidenciais, esta tinha como principais sujeitos, Fernando Collor de Melo que correspondia aos interesses do grande capital e Luiz Inácio (Lula) candidato do Partidos dos Trabalhadores (PT) e de uma aliança de esquerda. Collor foi eleito Presidente da República e a partir desta data inicia-se a implementação do projeto neoliberal no Brasil.               Inicia-se a década de 90 e em seu primeiro ano o XII ENESS é realizado em Fortaleza contendo o tema: “Nada de Grandioso se Fará Sem Paixão”, a terceira gestão da SESSUNE é eleita ficando a UECE com a Coordenação Geral. Fruto de um aprofundamento acerca da formação profissional é realizado em Recife-PE no ano de 1991 o I Seminário Nacional sobre Formação Profissional e Movimento Estudantil em Serviço Social.                O XIII ENESS que tem com tema: “Serviço Social no Desafio do Novo”, ocorre em Agosto/91 na cidade de Cuiabá. É eleita a quarta gestão da SESSUNE com sede na UFPA, esta gestão foi responsável pela realização do “II Seminário de Formação Profissional e MESS” e pela sistematização das discussões dos encontros que deu origem ao Anteprojeto da Campanha Nacional pela Reestruturação da Formação do Assistente Social no Brasil”.                O XIV ENESS no ano de 1992 é realizado em Salvador, o referido encontro é marcado por uma expressiva participação e por algo inovador que foi a apresentação de teses das forças políticas que participavam do MESS. Houveram duas chapas concorrendo a diretoria da SESSUNE: “Sem tesão não há solução” e “Por dia nascer feliz”, ganhando a segunda e ficando sediada novamente na UECE a coordenação geral da SESSUNE.                O país passa por tamanhas dificuldades, como de costume a área social a mais prejudicada, o projeto neoliberal em desenvolvimento, denuncias de corrupção é neste contexto que ocorre em São Leopoldo-RS no ano de 93 o XV ENESS, as forças políticas presentes no MESS mais uma vez apresentam suas teses, porém desta vez em formas de grupos de discussão, o conteúdo das teses se dividia em Conjuntura, Universidade e Movimento Estudantil. Mesmo com a apresentação das teses que explicitavam as diferentes formas de como pensar o ME, somente a chapa: “enquanto a chama arder” disputou a SESSUNE e a sede da entidade passou a ser a UCSAL em Salvador-BA.                O ano de 1993 também marcou consideravelmente o MESS, pois foi neste ano que a SESSUNE passa a se chamar ENESS. Esta mudança foi resultado de debates no MESS, onde se evidenciou que o fato de nos tornarmos uma Executiva nos permitiria uma maior autonomia perante a UNE, ocorreu também a criação da Secretaria de Formação Profissional e a Coordenação Nacional de Representação Estudantil de ABESS...



Fonte:http://www.enesso.xpg.com.br/enesso/historia.htm